Dou início ao julgamento. Réu pretenso, dessa vez eu me delato. Sei da dificuldade da acusação, inocência convicta que ostento, toda uma vida em que só houve deslize quando meu nobre caráter não teve outra escolha. Nesse infindável e reincidente crime, nunca coube a minha falta: de amor. Chego a essa altura da vida ainda no exílio de toda culpa. Mas, agora, reunidos os suspeitos, se eu puder reconhecê-los... Talvez haja uma confissão. Talvez, então uma pena. E, por fim, a liberdade...