De amor, é claro. É só de amor que falo. Amor escasso no mundo, absurdo no peito, jamais razoável: nada que possa constar no teu álbum de retratos. Nada de coisas seguras, nada de coisas palpáveis – o entendimento não me seduz e desilusão é charme na alma. Enfie amizade, respeito, admiração, noites molhadas, todas as virtudes de mercado mais cotadas... No liquidificador, uma papa; e nada do amor. Não há oferta que alcance o sublime, não há sublime que se renda à demanda. Nem o mais severo anjo é capaz de lhe impor.