Quanto de mim ainda há em você?
De você em mim enterrei tudo. Tudo na mesma cova, tudo sob o mesmo túmulo. Teus vários nomes. Tuas várias formas. Passado sobre passado fundidos num frankstein absurdo. Se o passado sempre assombra... Se o passado ainda grita... Convém-me que seja o grito de uma irreconhecível coisa só. Assim não comovem. Assim não me ocupam. Na inércia dos últimos segundos, camadas de passado mais contido, vou soterrando a histeria do vivido num remoto cada vez mais profundo. É preciso calar o que passa. É preciso dar voz ao presente. Mesmo que, contudo, não me interesse mais ouvi-lo.