Eu te amo… 
Simplesmente. Do amor, tudo que sei foi você: amor que é, amor que não é, confere, não confere, cada coisa tua, em cada instante, a preencher minhas noções do conceito. Um não confere e eu desisto. Meu bem, estou tão cansado… O que te amo e eu já não estamos do mesmo lado. Você pede um tempo, eu peço o espaço, vou aos confins da realidade, busco um recanto diverso, mas de condições favoráveis: você ainda é o parâmetro do amor me cabe. E no desejo de outro, eu te busco de novo. A volta no mundo traz de volta ao princípio. Experimento mil corpos e durmo sobre o vazio. Como se fôssemos os mesmos e eu ainda te amasse (mesmo sendo tão grato por cada corpo despido). Então já não sei. Ou sei que nada sei. Convém ser o amante desmemoriado. Tudo que sou já não há, não queria lembrar, agora nem mais consigo. De você ainda encontro os vestígios. De mim, nem o amor que calei.

  • "Você mudou..."
  • "Quem sumiu com você?"
  • "Um amante sem memória é um amante sem futuro."